sexta-feira, 15 de julho de 2016

As Moléculas da Bruxaria - Ciência & Fé

 

Bruxas: Do conto ao encanto.



                            As bruxas são geralmente retratadas no imaginário popular como uma mulher velha, nariguda e encarquilhada, exímia e manipuladora de Magia Negra e dotada de uma gargalhada terrível. A palavra vem do verbo italiano- bruciare -que significa "queimar" - É também muito popularizada a imagem da bruxa como a de uma mulher sentada sobre uma vassoura voadora, ou com a mesma passada por entre as pernas, andando aos "saltos". Alguns autores utilizam o termo, contudo, para designar as mulheres sábias detentoras de conhecimentos sobre a natureza e, possivelmente, da magia.Algumas bruxas históricas adquiriram alguma notoriedade, como é o caso das chamadas Bruxas de Salem, a Bruxa de Evóra e Dame Alice Kytler (bruxa inglesa). São também bastante populares na literatura de ficção, como nos livros da popular série Harry Potter, nos livros de Marion Zimmer Bradley como; As Brumas de Avalon, que versam sobre uma vasta comunidade de bruxos e bruxas cuja maioria prefere evitar a magia negra, ou a trilogia sobre as bruxas Mayfair, de Anne Rice.





Na verdade, hoje existem estas bruxas, mas não aquelas presentes nos contos. Na atualidade há várias religiões para se praticar a bruxaria, como por exemplo, a Wicca. 
Antigamente durante o período da Santa Inquisição liderada pela Igreja Católica, muitas mulheres foram torturadas, enforcadas, apedrejadas e queimadas vivas por serem acusadas de bruxaria. Na maioria das vezes as mesmas eram de vida simples, camponesas, parteiras e até mesmo "curandeiras", se municiavam de conhecimento indutivo para curar através de Chás, Bolos, Ervas etc.
Muitas delas eram as que chamamos de herbologistas, mulheres competentes no uso de plantas medicinais para curar doenças e dores. Muitas vezes utilizavam os famosos "elixires" ou poções para desfazer feitiços, ou seja, eram ligadas a aspectos exotéricos.  
Mas o que às acusavam de "cometer bruxaria"? A ignorância dos "sábios" da época não souberam distinguir o que realmente estava causando nas pessoas que seguiam essas receitas? Claro que não ... por isso muitas foram queimadas vivas por isso, infelizmente.
Os principais motivos para as causas destes acontecimentos dá-se pelas reações do organismo perante alguns alcalóides presentes nas plantas. Tais compostos eram responsáveis em causar alucinações, confusão mental e as vezes até a morte. 

Conheça abaixo os principais: 
  1. Ergotamine3.png
       
    C33H35N5O5
      ERGOTANAMINA


  • Caviceps Purpureal  - 
     Mais conhecida com "Ergot" - nome comum de um fungo do gênero Claviceps, qu parasita nos grãos e folhas, principalmente o Arroz e o Trigo. O principal alcalóide produzido pelo Ergot é a ERGOTANAMINA, onde o mesmo produziu sintomas na população na qual suspeitou de trabalhos de bruxaria . O composto é responsável por atacar diretamente o Sistma Nervoso Central - SNC, podndo provocar sérios sintomas de náuseas e vômito.
    Na mdicina atual o composto é contra-indicado aos que para os que apresentam: Hipertensão, hipertireoidismo, disfunção hepática, doenças vascular periférica oclusiva, sepse e disfunção renal. Durante a gravidez, no período de amamentação, a ergotamina pode causar danos no feto e até o aborto espontâneo, além de passar para o leite materno. 

    Outro composto responsável pela morte de muitas mulheres foi a Digitoxina e a Digoxina 
     Ambas provém do extrato de uma flor conhecida como: DEDALEIRA - (Digitalis Purpurea). A Dedaleira é natural da Europa e extremamente tóxica, muito usada como ornamentos nos dias de hoje. 


Estrutura química de Digoxina
DIGOXINA 
Estrutura química de Digitoxina
DIGITOXINA

Ambos são usados como fármacos no tratamento de problemas cardíacos. Tem efeito inotrópico positivo, ou seja, aumenta a força de contração cardíaca 
Seu modo de ação é por meio da ligação reversível à Sódio (Na+)  e Potássio (K+)  no corpo diminuindo a frequência cardíaca. Estas substâncias eram encontradas comumente nas "poções". 

  • Bufu Vulgaris - BUFOTOXINA 

                           

A bufotoxina é proveniente de sapos que pertencem ao gênero"bufos", uma das espécies mais fáceis de ser encontrada e a mais distribuída pelo mundo todo. A toxina é formada por meio das glândulas na pele, atrás dos olhos do animal. Entretanto a maioria das poções preparadas levavam partes do animal e consigo o veneno.
O sintoma mais característico seria a irritação seguida da hipersalivação. O surgimento de anormalidades cardíacas sugere a exposição às espécies tóxicas de sapos. Os sinais cardíacos associados seriam cianose, depressão, fraqueza, colapso, edema pulmonar e convulsões. Pode ocorrer emese e diarreia. A morte é comum 30 minutos após a exposição ao mesmo.
  • SERPENTINA - Rauwofia Serpentina - (Reserpina)

    É uma planta de jardim extensivamente utilizada na medicina alternativa. As plantas, sobretudo suas raízes, possuem uma série de alcalóides de ação fisiológia e psicotrópica, é também indicada para tratar desordem intestinal dolorosa, diarréia, endurecimento das artérias, febre, arritimias cardíacas e hipertensão. O alcalóide mais abundante é a RESERPINA.


A reserpina inibe a captação de noradrenalina pelas vesículas presentes nas terminações nervosas, o que provoca depressão de noradrenalina. A reserpina interfere não só com a noradrenalina mas também das outras monoaminas (dopamina, adrenalina e serotonina).

Todas as terminações nervosas com monoaminas ficam disfuncionais e a pessoa pode desenvolver depressão e redução da pressão arterial em níveis indetect. A reserpina é uma droga muito perigosa, e há relatos de que muitos pacientes cometeram suicídio.
  • MANDRÁGORAS - Mandragora Officinarum 

    mandrágora é uma planta da família das Solanaceae, de origem eurasianaherbácleaacaue, dotada de flores campanuliformes (forma de sino) e frutos bacáceos . Seus frutos amarelos, carnososaromáticos e tóxicos eram chamados de "as maçãs do diabo" pelos árabes devido a supostos efeitos afrodisíacos. As várias crendices e lendas ao redor desta planta provavelmente se originaram do fato de ela possuir uma raiz principal bifurcada bastante ramificada, muitas vezes assemelhando-se à forma humana.
    A Mandrágora possui vários alcalóides do tipo tropanos, como por exemplo, os ATROPINA e a ESCOPOLAMINA.

                                         


O mesmo alcaloide é encontrado na Datura stramonium, conhecida como estramônio ou figueira-do-infernopilrito, ou ainda maçã-do-diabo. A atropina é formada por Ésteres orgânicos pela combinação de um ácido aromático (ácido trópico) e bases orgânicas complexas formando tropina (tropanol).  A droga reduz a função secretória, em doses mínimas, a atropina inibe a atividade das glândulas sudoríparas e a pele torna-se seca e quente. A transpiração pode ser inibida a ponto de aumentar a temperatura corpórea, porém este efeito é notável apenas depois da utilização de doses altas, ou sob temperaturas ambientes elevadas. Nos lactentes e nas crianças, doses moderadas pode causar febre atropínica.

  • MEIMENDRO - Hyocyamus Niger 

                                              

É tóxica mas é usada no mundo inteiro desde a Grécia Antiga como planta ornamental quanto para fins medicinais. O chá da planta é soroporífero e anestésico.  Em altas concentrações, passa de benéfica para muito venenosa, em doses pequenas podem levar à alucinações e confusão mental.

         CURIOSIDADE: Na Grécia Antiga, como citado acima, os Oráculos bebiam o chá desta planta para "falar com o Deus Apollo". Se ligou no grau? Então.
Todas as partes da planta possuem diversos alcalóides tropanos como a Escopolamina e a Atropina, semelhante às Mandrágoras.





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